terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Ano novo - o que muda?



Em linhas gerais, nada. Partindo de uma perspectiva de análise histórica, sabemos que o calendário que finda no dia de hoje (31) é meramente um produto social. Lembremos que durante a Comuna de Paris, foi instaurado o Calendário da Revolução Francesa.

Porém, ao determinarmos qualquer forma de delimitação temporal, certas datas tornam-se importantes. Uma delas é o fim do ano, onde se festeja a vindoura etapa da vida que se aproxima. Mais que isso, tod@s analisam o que fizeram neste ano; conquistas, derrotas, perdas, ganhos, e projetam, a partir da experiência (negativa ou positiva), uma perspectiva do que anseiam no novo ano.

Tal balanço também nos é necessário, mas de forma coletiva. Obviamente, não alcançará a multiplicidade cultural, geográfica, populacional, ideológica e experiencial de todos os anarquistas. Tamanho determinismo seria desconsiderar a miríade de formas de ação e resistência libertária em todo o país.

É inegável. O ano de 2013 trouxe um sopro revolucionário para o país; este sopro não é novidade, uma vez que atormentou a vida dos burgueses durante a República Velha, preparou comitês antiguerra, montou ateneus, escolas modernas, organizou passeatas, grupos de estudos, jornais, panfletos, construíram barricadas, lutaram bravamente pelo que acreditavam, e, literalmente, deram o suor e o sangue pela causa. Este sopro é o sopro da anarquia, que permaneceu ativo durante todos os esses anos, em grupos, coordenações e alguns sindicatos, mas a visibilidade atingida nas manifestações foi algo surpreendente.

Temperada com bandeiras negras, molotov's, e black bloc's, as manifestações de junho abriram caminho para o (re)florecimento da ideologia revolucionária anarquista sob o solo brasileiro. Acompanhamos extasiados o ressurgimento desta corrente política, ideológica e filosófica, em meio a acusações infundadas vindo de lugares previsíveis, como os canais de TV, com suas falácias midiáticas, influenciando boa parte dos brasileiros a acreditarem em uma verdade fabricada pela voz da burguesia, usando o mesmo discurso dos jornais americanos durante o "Occupy Wall Street": Os black bloc's afastaram as pessoas das manifestações. A brutalidade do aparelho repressivo do Estado, que por onde passava, deixava um rastro de sangue, também deve ser lembrada. Enquanto que seus instrumentos de controle aperfeiçoavam-se, a população melhorava suas táticas de resistência. Há de se considerar também alguns -ditos- partidos de 'esquerda', que colaboraram significativamente para a criminalização dos movimentos mais combativos, deixando as máscaras caírem e ser percebido que o caráter reformista e eleitoreiro encobre o discurso 'revolucionário' dos mesmos. Em todas as partes do país, era possível perceber a inconformidade das pessoas com o sistema político. Afirmar que todos eram anarquistas seria no mínimo muito imbecil, mas, imbecilidade também seria desconsiderar a autonomia dos movimentos ante o discurso político-partidário, vencendo também a ferrugem das centrais sindicais tradicionais e de algumas organizações estudantis.

O ano que se aproxima traz com ele as 'negras tormentas' denunciadas pelos cânticos anarquistas advindos da Guerra Civil Espanhola; não que os outros anos tenham sido constituídos de paz e tranquilidade para os que lutam para a efetiva emancipação dos povos, porém, é inegável que o ritmo das contradições econômicas e sociais acelera-se ao passo em que os anos transcorrem-se. 

Não desconsideremos a realidade mundial; A crise capitalista dos Estados Unidos nunca foi, de fato, controlada; e embora não noticiada, a América do Norte está em um movimento tão intenso quanto o das Américas. A Europa avança cada vez mais para o colapso do sistema econômico; o risco da ascensão da besta nazifascista pode ser acompanhado na Grécia, Espanha e Portugal, principalmente; a Ucrânia, sem perspectivas de retirar-se das tensões econômicas, busca esquivar-se do já naufragado barco da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, tentando ligar-se à nau furada da União Europeia. Em países onde a crise se acirra, as proposições de Piotr Kropotkin, tornam-se reais quando afirma em seu livro, A Ajuda Mútua, um fator de evolução, que em ambientes onde as dificuldades são mais intensas, a tendência humana é de ajudar-se mutuamente; Com o início da crise, as okupações, centros de apoio e comunidades alternativas aumentaram, buscando dar auxílio, teto e alimento à imigrantes, desempregados, e formando frentes antifascistas, autogestionadas, combativas ao sistema capitalista e ao Estado.

O que urge fazer para o ano de 2014? Organização. Tornarmos ativos nas greves, associações de bairro, sindicatos, Centros e Diretórios Acadêmicos, Grêmios e outros campos. Criar grupos de debates, estudos, okupações, feiras libertárias, bibliotecas, cinematecas, etc., A anarquia só será possível com o esforço mútuo de tod@s os companheirxs. Organizemos pois, para que, munidos da teoria - e prática - libertária, possamos destruir as estruturas e ideologias burguesas. Como diz Bakunin,

“Ninguém pode querer destruir sem ter pelo menos uma imaginação distante, verdadeira ou falsa, da ordem das coisas que deveria, segundo ele, suceder à que existe presentemente: E quanto mais viva é a imaginação nele, mais forte se torna a sua força destrutiva, e mais ela se aproxima da verdade, isto é, mais conforme ao desenvolvimento necessário do mundo social atual, mais os efeitos da sua ação se tornam salutares e úteis”.

Façamos movimentos autônomos uns dos outros, porém interdependentes; autônomos, pois, em determinadas regiões do Brasil, quando o fogo das barricadas apagaram-se, apenas as fumaças recaíram sob as cidades que não estavam na confluência mostrada pelas redes sociais e mídias independentes; interdependentes no que cabe o espírito de solidariedade e internacionalismo anarquista, nunca deixando para traz um companheiro que luta ombro a ombro pela causa popular.

"Anarquizar o cotidiano para cotidianizar a anarquia"; e nestes termos, o "anarquizar" equivaleria a cada vez mais, unirmos fraternalmente, cooperativamente, e autonomamente. Enxergar em cada indivíduo o potencial positivo que o mesmo traz; lutar contra todas as formas de opressão, pois a cada passo dado à frente das desigualdades sociais, é um passo para o socialismo libertário.

Dedicamos este texto aos periféricos, aos marginais, aos oprimidos, aos desfavorecidos, aos desempregados, aos que o ‘sistema’ exclui, aos que lutam todos os dias para conseguir sobreviver na selvageria capitalista, ao trabalhador, ao campesino, aos que estão presos, e a todos os anarquistas.

Façamos de cada dia um “31 de dezembro”, sempre abrindo um leque de possibilidades para vencermos os entraves que impedem o pleno desenvolvimento das capacidades humanas: O capital e o Estado.

Resistir e lutar! Lutar pelo socialismo, e pela liberdade! Todo poder ao povo! Viva a anarquia!

Alexandre Santos - GEAPI Núcleo Parnaíba.


REFERÊNCIAS:

BAKUNIN, Mikhail. O Conceito de Liberdade. Porto: Rés limitada, 1975.
KROPOTKIN, Piotr. A ajuda mútua - Um fator de Evolução. São Sebastião: A Senhora Editora, 2006.
ROCA, André. Jovens seguem preceitos anarquistas mesmo sem saber, avalia historiador. in: notícias Terra. Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/educacao/historia/jovens-seguem-preceitos-anarquistas-mesmo-sem-saber-avalia-historiador,78c3bd708ad5f310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html>


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Carta de Piotr Kropotkin a Vladimir Illich Lenin (4 de Março de 1920)





Esta correspondência resultou de uma entrevista em 1919 entre Kropotkin e Lenin em Moscou, no curso da qual este pediu a Kropotkin para escrever-lhe a qualquer momento. A saber, essa carta não foi respondida. Nele, o teórico anarquista denuncia a forte burocracia que estava ocorrendo na Rússia soviética, e todos os problemas que isso causou. Por sua vez, propõe que se fomente uma ampla participação das massas na vida política.

Vários empregados do Departamento Postal e Telegráfico vieram a mim com a petição que ponha sua atenção a informação sobre a desesperada situação deles. Posto que este problema não só concerne ao comissariado de correios e telégrafos unicamente, mas também a condição geral da vida cotidiana na Rússia, apressei-me a transmitir sua demanda.

Você sabe, é claro, que morar no distrito de Dimitrov com o salário que esses funcionários recebem é absolutamente impossível. É impossível até mesmo comprar um quilo de batatas com ele, eu sei disso por experiência pessoal. Em troca, eles pedem sabão e sal não há nada. Uma vez que o preço da farinha subiu, é impossível a compra de oito quilos de grãos e cinco quilos de trigo.

Em suma, sem receber provisões, os funcionários estão condenados a uma fome muito profunda. Enquanto isso, em paralelo com o aumento dos preços, os suprimentos escassos de que os funcionários de Correios e Telégrafos receberam Centro de abastecimento do comissariado de Correio e Telégrafo, as mesmas que foram acordadas referentes ao decreto 15 de agosto de 1918: 8 libras de trigo por empregado e de 5 libras para cada membro da família incapaz de trabalhar, não são enviadas de dois meses para cá. Os centros de abastecimento locais não podem distribuir o seu mantimento,e a petição que os 125 empregados da área de Dimitrov feita à Moscou continua sem resposta. Faz um mês, um dos funcionários escreveu a você pessoalmente, mas até agora não recebeu uma resposta.

Considero um dever de testemunhar que a situação desses funcionários é verdadeiramente desesperadora. Isso é óbvio para ver seus rostos. Muitos estão se preparando para sair de casa sem saber para onde ir. E, embora seja justo dizer que eles fazem o seu trabalho conscientemente; se familiarizaram com seu trabalho, e perder esses trabalhadores não será útil para a vida da comunidade local de forma alguma. Só acrescentarei que todas as categorias de funcionários soviéticos em outros ramos da obra são encontrados na mesma situação desesperadora.

Em conclusão, não pude evitar mencionar alguns aspectos da situação geral ao lhe escrever. Viver em um grande centro como Moscou impossibilita conhecer as verdadeiras condições do país. "Conhecer verdadeiramente as experiências comuns" significa que você vive nas províncias, em contato direto e próximo à vida cotidiana com as necessidades e infortúnios dos famélicos adultos e infantis que vêm ao escritório para pedir sequer a permissão para poder adquirir uma lâmpada de querosene barato. Não tem solução todas essas desventuras para nós agora.

É necessário acelerar a transição para condições mais normais de vida. Nós não continuaremos assim por muito tempo, estamos caminhando para uma catástrofe sangrenta.

Uma coisa é indiscutível. Mesmo que a ditadura do proletariado fosse um meio adequado para enfrentar e derrubar o sistema capitalista, o que eu profundamente duvido, é definitivamente negativo, inadequado para a criação de um novo sistema socialista. O que se é necessário são instituições locais, forças locais, mas elas não existem, em nenhum lugar. Em vez disso, onde quer que você vire a cabeça, há pessoas que nunca ouviram falar da vida real, que está cometendo os erros mais graves para os quais foi-se pago um preço de milhares de vidas e a ruína de distritos inteiros.

Sem a participação das forças locais, sem uma organização a partir da base dos camponeses e trabalhadores por eles mesmos, é impossível construir uma nova vida.

Pareceu que os soviéticos serviriam precisamente para cumprir esta função criar uma organização de base. Mas a Rússia tornou-se uma República Soviética só de nome. A influência dirigente do Partido sobre as pessoas, Partido que está principalmente constituído de recém-chegados ─ pois os teóricos comunistas estão, em sua maioria, em grandes cidades ─, já destruíram a influência e energia construtiva que tiveram os sovietes, esta promissora instituição. No presente momento, são os comitês do partido, e não os soviéticos, que têm a direção na Rússia. Sua organização sofre os defeitos de qualquer organização burocrática.

Para poder sair desta desordem mantida, a Rússia deve retomar todo o gênio criativo das forças locais de cada comunidade, o que, a meu ver, pode ser um fator na construção de uma nova vida. E quanto mais a necessidade de retomar este caminho seja compreendida, mais serão as pessoas estarão dispostas a aceitar novas formas de vida social. Se esta situação continuar, mesmo a palavra "socialismo" será transformada em uma maldição. Isso foi o que aconteceu com o conceito de "igualdade" na França durante os quarenta anos após o endereço dos jacobinos.

Com camaradagem e carinho.

Piotr Kropotkin



(Tradução: GEAPI - Grupo de Estudos Anarquistas do Piauí. Texto original aqui)

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Natal, o ópio da individualidade.

“O trabalho escravo e nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia e toda a afetação
Todo o roubo e toda a indiferença” 
Legião Urbana


Merry Christmas para a hipocrisia!

Desde criança, quando descobri a farsa da existência do então São Nicolau (também chamado de Papai Noel), que me questiono: O que essa data realmente significa?

Famílias felizes, presentes, abraços, vinho, champagne, banquetes, arvore de natal, nascimento de Jesus. Dizem que vai além, que representa paz, amor, fraternidade e Felicidade. Isso realmente significa o Natal? 

Bem, vamos parar um pouco refletir e observar este momento festivo.

Em relação ao Natal, como vemos, é um período que engloba muito mais que o próprio Natal, incluindo duas/três semanas antes do fatídico dia 24-25 de dezembro, onde começa período de enfeites, compras, convites indo até o Réveillon onde um novo e próspero ano novo nos aguarda.

Sem dúvidas esse período brinda a hipocrisia que o capitalismo traz consigo. 

Talvez você, que deve estar perdendo seu valioso tempo, se pergunte o porquê de tantas criticas. Onde está à hipocrisia? E que relação há desta data com o capitalismo?

Como disse Cynara Menezes, publicado em Socialista Morena, “O Natal é uma verdadeira cilada. TVs, jornais, familiares, tudo conspira para que você se sinta tomado pelo “espírito natalino” (1), você é programado desde muito pequeno a se enfurnar em lojas, shoppings, supermercados para comprar, comprar, comprar... Indo para além da necessidade de uso próprio ou de seus familiares. 

Todas as classes não percebem o quanto é desnecessário tamanho consumismo. Não é necessário dar presentes, provas de amor, de amizade apenas em uma data que celebre amor, paz e fraternidade. Ou apenas com presentes e durante o natal que celebramos tais sentimentos?

Enquanto surgem dívidas de compras, mais explorações de trabalhadores na fabricação e venda de produtos, multiplicam-se. Um circuito intenso de lucro em torno dessa ilusionista felicidade de comprar. Uma falsa sensação de felicidade, paz e amor cresce absurdamente gerando mais desigualdade.

Uma data para comemorar o amor. Onde se encaixaria o amor? O amor onde o homem explora o homem e é moderado a endividar-se para comprar presentes que representem amor? O amor onde somos consumidos por uma rotina destruidora de trabalho quem não temos tempo para nossos filhos, pais, familiares e amigos? Uma data onde recebemos a liberdade de comemorar o amor que nos é privado todo o restante do ano?

E que liberdade é essa? Tão individual, tão egocêntrica. Como diria Bakunin, “a liberdade do próximo estende a minha ao infinito” (2). O capitalismo nos passa essa falsa sensação da ‘minha própria liberdade’. Como se vivêssemos sozinhos numa redoma própria. É este o espírito do Natal?

Onde se encaixaria a paz? Onde temos um sistema excludente que a dominação vem por meio do genocídio de classes, de etnia, de gênero, de sexo? Que paz é essa em que países são invadidos em busca de riquezas, interesses políticos, estratégicos? Que paz é essa que trabalhadores matam e oprimem trabalhadores para ganhar um misero salário (os policiais passam por isso)?

Talvez ainda possam dizer, mas é uma data comemorativa o nascimento de Jesus. Jesus pregava o amor, a fraternidade e a paz (segundo a própria Holly Bible e as palavras que os cristão pregam). Pregava sim, mas não pregava a mentira de achar que durante uma data devemos nos empanturrar de comida enquanto milhões passam fome. Não a mentira de embelezar ruas enquanto aumenta a cada dia, a ausência de saúde, desemprego, fome e miséria. Que fraternidade é essa? (3)

Como diria Errico Malatesta “Se eu como, não posso fazê-lo com gosto se penso que há gente que morre de fome; se compro um brinquedo para minha filha e me sinto muito feliz por sua alegria, minha felicidade logo se amarga ao ver que, diante da vitrine da loja há crianças com os olhos arregalados que se contentariam com um brinquedo que custa apenas algumas moedas, mas que não podem comprá-lo; se me divirto, minha alma se entristece assim que penso que há infelizes companheiros que definham nas prisões; se estudo ou realizo um trabalho que me agrada, sinto uma espécie de remorso ao pensar que há tantas pessoas que têm maior talento que eu e se vêem obrigadas a perder sua vida em tarefas exaustivas, muitas vezes inúteis ou prejudiciais. Claramente, puro egoísmo, mas de um tipo que outros chamam altruísmo (...)" (4).

Esta é fraternidade, amor e paz que nos falta. O sentimento de sofrimento comum. Que a desigualdade vem de algo que tanto me explora como explora aquele que não tem nada. 

Mas isso ainda é corrompido pelo capital, até esse sentimento de ajudar o próximo. É passada a ideia de ajuda momentânea como se as mazelas sociais não tivessem cura e o simples fato de doar algo (seja comida, brinquedo, roupa ou um simples enfeite natalino) fosse um grande feito. Na verdade funciona, esta caridade, como um ópio social. Aliviando momentaneamente dores e problemas profundos. Os problemas de uma sociedade doente e falida.

A hipocrisia está na falsa sensação de escondermos e demonstrarmos o que realmente não existe. De aceitarmos momentos, ilusões da perfeição inexistente, indo além de um futuro que não existirá.

Chega a ser nojento o que ocorreu numa cidade do interior do Piauí, onde a prefeitura alugou um helicóptero que trazia a bordo um “Papai Noel” com presentes para distribuir para crianças da cidade e lanches para idosos e adultos 5,6. Claro, que o gasto deve ter sido significativo para os cofres públicos desta cidade. Sem falar que a alegria temporária de uma criança vale muito mais para a prefeitura do que dar cultura, educação de qualidade, esporte, saúde e lazer de uma forma continua.  

E essa atitude é passada como boa pela mídia hegemônica e essa ideia é posta como a única solução para que a façamos e para que a propaguemos.

Pois é caro leitor, o capitalismo ele usa o Natal como uma tática adestradora. Insere-se como um câncer social e se apropria de tudo. Ameniza dores para que não vejamos a causa da dor. Utiliza-se de crenças, amor, paz e fraternidade para haver mais exploração, mais guerras e mais ódio. Passando a ideia que a cada ano virá à prosperidade para todos, a paz e o amor. 

Miguel Coutinho Jr. - GEAPI Núcleo Teresina.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

1) MENEZES, Cynara. O homem que roubou o Natal de Jesus. In: Folha Social. Disponível em:< http://www.folhasocial.com/2013/12/o-homem-que-roubou-o-natal-de-jesus.html> Acesso em 24 de dezembro de 2013.

2) BAKUNIN, Mikhail. O Conceito de Liberdade. Porto: Rés limitada, 1975.

3) Jesus o maior anarquista. In: Anarquismo. Disponível em: <http://www.anarquista.net/jesus-o-maior-dos-anarquistas/> Acesso em 23 de dezembro de 2013.

4) MALATESTA, Errico. Anarquismo e Anarquia. _______: Faísca, 2009

5) VIEIRA, Silvio. Helicóptero pousa no estádio em evento promovido pela prefeitura. In: Clique Piripiri. Disponível em: <http://www.cliquepiripiri.com.br/noticias/helicoptero-pousa-no-estadio-em-evento-promovido-pela-prefeitura> Acesso em 24 de dezembro de 2013.

6) VIEIRA, Silvio. Natal solidário da UBS 21. In: Clique Piripiri. Disponível em: <http://www.cliquepiripiri.com.br/noticias/natal-solidario-da-ubs-21> Acesso em 24 de dezembro de 2013.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Atividades do GEAPI - Grupo de Estudos Anarquistas do Piauí


Núcleo Parnaíba:

Vídeo Debate no GEAPI - Grupo de Estudos Anarquistas do Piauí, Núcleo Parnaíba. 
Será passado o documentário "Libertários", de Lauro Escorel Filho, que fala sobre a influência dos anarquistas nas lutas laborais do operariado brasileiro na Primeira República. Além disso, será debatido o texto "Greve Geral: Estratégia de luta contra o Estado e o capitalismo", da União Popular Anarquista, a UNIPA.
O Encontro ocorrerá às 17:00h da Quarta-feira (18/12), na sala de vídeo número 02 da Universidade Federal do Piauí, UFPI - Campus Parnaíba. 

ANARQUIA É LUTA!

Link do texto aqui



Núcleo Teresina:

Nessa terça-feira dia 17 de dezembro iremos discutir o texto "Feminismo, classe e anarquismo" de Deirdre Hogan 
Todxs Convidadxs.
link do texto aqui

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Vandalismo?



"Crime de rico, a lei o cobre
O Estado esmaga o oprimido
Não há direito para o pobre
Ao rico tudo é permitido!" - A internacional.


Desde a manhã do dia 09 de Dezembro, 22 pessoas já foram presas sob a alegação de vandalismo, por conta dos protestos decorrentes da morte de Douglas Rodrigues, um jovem de 17 anos assassinado pelo policial militar Luciano Pinheiro Bispo, no dia 27 de outubro do mesmo ano, em São Paulo.
Façamos uma análise sobre o que de fato pode ser atribuído o rótulo de vandalismo.
Genoíno, e provavelmente boa parte dos 'mensaleiros' receberão uma gorda quantia de dinheiro, advinda do suor do trabalhador; Os desvios de dinheiro, como o propinoduto tucano, sequer aparecem no horizonte das discussões judiciais na atualidade; O policial que matou Douglas já está solto; A copa do mundo já fez suas vítimas dentro das fileiras operárias, sem contar com as reintegrações de posses, que destruíram casas e sonhos de muitas pessoas em inúmeras partes do país; Isto, obviamente, sem considerar as observações clássicas do anarquismo, como a propriedade privada que gera miserabilidades, mantida sob a tutela do Estado, por meio da 'ordem' de seus legisladores, e da repressão de sua guarda armada, perpetuada através do sistema econômico que preza pelas desigualdades para manter-se em perfeito funcionamento.
Com estas proposições, embora que como dito anteriormente, de forma superficial, fica nítido o fato de que a lei burguesa aplica-se somente para os pobres, os questionadores, os periféricos, os rebeldes, enquanto a mesma justiça não alcança suas doenças mais expostas. Nós, anarquistas, não esperamos absolutamente nada da justiça burguesa, uma vez que um mecanismo de defesa desta parcela da sociedade jamais será utilizado para atacar os próprios interesses; também não desconsideramos a ajuda d@s camaradas advogados que sempre estiveram do lado dos que foram presos. Nós desejamos (e lutamos para) uma sociedade livre, irmanada sob o respeito e apoio mútuo, onde não haja oprimidos nem opressores. Aos desacreditados, vale um lembrete: Derrubar reis um dia já foi utopia.

"Nós somos revolucionários pois nós acreditamos que somente a revolução, a revolução violenta, pode solucionar as questões sociais". - Errico Malatesta.

Resistiremos juntos, companheir@s! Estejam nas periferias, nos campos, nas cidades, nas fábricas, e nas prisões! Não esqueçamos o companheiro Baiano, que ainda está preso! Não esqueçamos os mortos nas manifestações de Junho! Não esqueçamos @s companheir@s que em um passado bem recente, deram a vida pela causa do povo!

Organizemos nossas fileiras de forma autogestionada, cooperativa e fraterna para combater hoje e sempre o Leviatã Estatal, com todos os seus tentáculos, quer sejam políticos, militares, midiáticos, legislativos, ideológicos e repressivos! Juntos somos fortes! Avante o Poder Popular!


Filhos do povo, sofreis em extremo
- Lenta agonia, sem luz e sem ar,
Mais vale o esforço dum ato supremo
Se a vida é pena, mais vale lutar! - "Filhos do Povo".


NÃO VAI TER COPA!
MORTE AO ESTADO!
MORTE AO CAPITAL!
TODO PODER AO POVO!
VIVA A ANARQUIA!


- Edgar Rodrigues

Fontes:
Polícia prende 22 por vandalismo em protestos após morte de jovem em São Paulo - http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/12/09/policia-prende-22-suspeitos-de-vandalismo-em-protestos-apos-morte-de-jovem-na-zona-norte-de-sao-paulo.htm
Jornal A Voz do Trabalhador. A Internacional.  Ano I, N. 10, de 1° de Maio de 1909, p.03
Jornal A Voz do Trabalhador. Filhos do Povo. Ano I, N.10, de 1° de Maior de 1909, p.02
Malatesta, Errico. The Anarchist Revolution,  In What Is Anarchism? An Introduction. Donald Rooum and Freedom Press (ed.), 1995. p.42