sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Democracia Rojava



A razão para que o titulo deste artigo seja “Rojava Democracy” (Democracia Rojava), não é porque eu queira falar sobre o tipo de sistema que as pessoas estejam querendo construir em Rojava, mas é exatamente o oposto. Eu quero sugerir um conceito que não tenha fronteiras, o qual eu possa recomendar para qualquer lugar. Ao usar este nome, eu pretendi fazer referencia ao um tipo “democracia de oposição” que se opõe ao capitalismo/neoliberalismo e ao regime prisional, o qual dia após dia, tem criado piores condições para uma humanidade que è explorada e sujeita a condições de controle extremo, em cada canto do globo terrestre. Acho que isso è um belo nome para o tipo de “igualdade e liberdade” que pode ser percebido em uma democracia ecológica, coletiva, cooperativa, comunitária; uma democracia participatória radical e uma vitalidade que permanece ainda mais criativa do que essas teorias. Além disso, eu acredito que seja completamente apropriado que a classificação estrutural definida como democr
acia participatória radical com toda sua dinâmica interna adote um nome coletivo oriundo do “ponto-zero” do mundo—Rojava.

Você pode pensar que, embora nós estejamos bem intencionados, possa ser um exagero sugerir que a “Democracia Rojava” seja aplicada ao mundo todo; mas isso è o que eu tenho tentado, insistentemente, explicar ao longo de dois ou três anos—não deixe que a alegação de que “Rojava é o ponto-zero do mundo” pareça lamentável. Ela se chama “Democracia Rojava” porque num mundo onde alguém experimenta as dimensões espaciais ilimitadas de raça, classe e interferência estatal em quase toda rua e em um Cetro Leste que tem sido dividido por fronteiras marcadas por campos minados é uma tentativa de trazer à vida uma democracia participatória radical como uma forma de governo e tem funcionado em meio a toda sua matéria essencial, em contraste ao resto do mundo, não somente inclui as minorias de toda comunidade étnico-religiosa, mas acredita que é absolutamente necessário inclui-las.*O comitê popular de Rojava, no qual árabes, alevitas, yezidis, cristãos, turcomanos, sírios, armênios, assírios e, claro, os curdos estão participando juntos separa diretamente as rupturas das dimensões espaciais de raça, classe e interferência estatal.

É um nome que precisa ser empregado ao redor do mundo porque a “Democracia Rojava” é o oposto das fronteiras, e porque mulheres que têm sido rejeitadas nas esquinas de cada lugar do mundo e, em particular, nos seus guetos neoliberais tem se tornado um sujeito-base desta democracia radical em um Centro Leste que é um dos mais afiados e claros exemplos de exclusão. Para as mulheres –que são excluídas, transformadas numa segunda classe, tanto celebradas quanto confinadas ao seu serviço com crianças, tanto expostas quanto cobertas, tanto estupradas quanto tomadas sob proteção/presas, e em todos as situações são objetificadas—não é nada mais que uma luta de libertação.

Eu quero olhar conceitualmente para esta tentativa de subversão como Giacometti comentou em seu trabalho. Giacometti sempre falou sobre suas esculturas como parte de um trabalho completo. Isso é para dizer que todos os arquivos e martelos, os escultores e todas as ferramentas em sua oficina, os fragmentos quebrados e moldados, a poeira e todos os detritos são como uma peça. Ainda que ao mesmo tempo todas estas esculturas tenham sido formadas de toda aquela poeira e fragmentos e devido a isso, como uma peça, elas foram formadas de tudo. A Democracia Rojava é uma parte do mundo todo e está se autoconstruindo da poeira e dos fragmentos...

E as estatuas de Giacometti são consideradas uma obra-prima...

*Aqui, eu deveria ressaltar que as seitas e as denominações de comunidades religiosas são fundamentalmente e em ultima análise definidas como um tipo de “raça-etnicidade”.

Tradução, Caroline Alves

Fonte: <http://rojavareport.wordpress.com/2014/11/17/rojava-democracy/. publicado em 17 de Novembro. Autor desconhecido. Acesso em 21 de Novembro de 2014. 9:20> 

Teresina, Novembro, 2014.

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